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Artigos

0294/2025 - Redução no consumo de aditivos alimentares no primeiro ano de vida: impacto de um ensaio randomizado focado em aconselhamento dietético
Reduction in food additive consumption in the first year of life: impact of a randomized trial focused on dietary counseling

Autor:

• Larissa Dimer Germann - Germann, LD - <germannlarissa@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2031-7342

Coautor(es):

• Paola Seffrin Baratto - Baratto, PS - <paola_baratto@hotmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8712-9971

• Cintia Mendes Gama - Gama, CM - <cintia.gama@ufba.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5234-3679

• Marcia Regina Vitolo - Vitolo, MR - <marciavitolo@hotmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9137-3854



Resumo:

O objetivo do estudo foi avaliar o impacto do aconselhamento dietético materno para não oferecer alimentos ultraprocessados e açúcar no primeiro ano de idade no consumo diário de aditivos alimentares. Foi conduzido ensaio de campo multicêntrico randomizado realizado em maternidades de Porto Alegre, Salvador e Manaus. A intervenção consistiu em orientações com base na cartilha desenvolvida pelo UNICEF (“Os 10 passos para alimentação e hábitos saudáveis: do nascimento até os 2 anos de idade”) e ligações telefônicas nos cinco meses seguintes. A coleta de dados aos 12 meses foi realizada por meio de visitas domiciliares, em que foi aplicado o inquérito alimentar recordatório de 24 horas e posterior identificação dos aditivos presentes nos rótulos de cada alimento. A análise dietética aos 12 meses foi composta de 172 crianças no grupo intervenção (GI) e 155 no grupo controle (GC). As crianças do grupo intervenção apresentaram menor consumo de aditivos alimentares diários (GI: 17,4±14,3 vs. GC: 21,2±18,0; p=0,030). A proporção de crianças consumindo mais de 22 aditivos por dia foi menor no grupo intervenção (GI: 13% vs. GC: 24%; p=0,048). A intervenção foi eficaz para reduzir o consumo de aditivos alimentares em crianças de 12 meses de idade.

Palavras-chave:

Aditivos Alimentares; Nutrição da Criança; Intervenção Educacional Precoce; Ensaio Clínico; Alimentos Industrializados

Abstract:

The objective of this study was to evaluate the impact of maternal dietary counseling to avoid offering ultra-processed foods and sugar in the first year of life on the daily consumption of food additives. A multicenter field trial was conducted in maternity hospitals in Porto Alegre, Salvador and Manaus. The intervention consisted of one session of dietary counseling based on the booklet developed by UNICEF (“The 10 steps to healthy eating and habits: from birth to 2 years old”) and telephone calls over the following five months. Data collection at 12 months was performed through home visits, in which a 24-hour recall was applied and the additives present on the labels of each food were subsequently identified. The dietary analysis at 12 months consisted of 172 children in the intervention group (IG) and 155 in the control group (CG). Children in the intervention group had lower daily consumption of food additives (IG: 17.4±14.3 vs. CG: 21.2±18.0; p=0.030). The proportion of children consuming more than 22 additives per day was lower in the intervention group (IG: 13% vs. CG: 24%; p=0.048). The intervention was effective in reducing the consumption of food additives in 12-month-old children.

Keywords:

Food Additives; Child Nutrition; Early Intervention, Educational; Clinical Trial; Industrialized Foods

Conteúdo:

Introdução

Aditivos alimentares são ingredientes adicionados intencionalmente aos alimentos com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, classificados em 24 classes funcionais de acordo com a legislação brasileira 1. No Brasil e demais países, são amplamente utilizados pela indústria para tornar o alimento mais atrativo e palatável, sendo considerados como um dos marcadores do ultraprocessamento 2,3. Conforme a classificação NOVA, os alimentos ultraprocessados são formulações com alto grau de processamento industrial, contendo pouco ou nenhum alimento intacto e, além de aditivos, apresentam alto teor de açúcar, gordura e sódio 4,5. Segundo dados nacionais, mais de 80% das crianças menores de cinco anos consomem ao menos um alimento ultraprocessado por dia 6, representando 25% da ingestão energética total 7 e com expressivo consumo ainda no primeiro ano de vida 8–10. Entre os fatores determinantes da oferta desses alimentos às crianças, aspectos de maior vulnerabilidade social — como menor renda, escolaridade e idade dos pais — estão associados 9,11–13.
Tem-se visto que os aditivos estão presentes em 95,4% dos produtos destinados às crianças, dos quais são consumidos antes dos dois anos de idade 2,11,14. Pesquisas desenvolvidas nessa faixa etária detectaram o uso de quantidades acima dos limites máximos permitidos de corantes artificiais e conservantes 15,16. A população infantil parece ser a mais suscetível aos efeitos adversos incididos pelos aditivos alimentares, pois além de apresentarem imaturidade fisiológica, a frequência e a quantidade consumida por quilo de peso corporal são fatores determinantes 17. Dentre as reações, destacam-se o potencial desenvolvimento de alergias como dermatite e urticária, problemas respiratórios como rinite, bronquite e asma, bem como transtornos comportamentais 18–20. Ainda, no longo prazo, doenças do aparelho circulatório e tumores podem estar associados ao consumo de aditivos 21–23. Por isso, destaca-se a relevância de se difundir para as famílias os riscos à saúde associados ao consumo de alimentos ultraprocessados e aditivos 24, bem como implementar políticas públicas que desaconselham a oferta desses alimentos 25.
As evidências disponíveis sobre o consumo de aditivos na infância limitam-se a dois aspectos. Primeiro, a seleção dos alimentos utilizados nos artigos, de maneira geral, corresponde a pequena amostra de grupos alimentares que não necessariamente reflete o consumo, como cereais matinais, biscoitos ou produtos coloridos artificialmente 2,26. Segundo, são abordadas apenas algumas classes de aditivos presentes nos rótulos, como corantes e conservantes, o que pode levar à subestimação dos efeitos do consumo cumulativo e concomitante de diferentes tipos 27,28.
Estudo anterior que objetivou avaliar o impacto do aconselhamento dietético para prevenir a oferta de açúcar e alimentos ultraprocessados no primeiro ano de vida, mostrou redução significativa no consumo desses alimentos 29. Diante desse contexto e da ausência de estudos randomizados que avaliaram intervenções para reduzir o consumo precoce de aditivos alimentares pelas crianças, o objetivo do presente estudo foi avaliar se o aconselhamento dietético para reduzir alimentos ultraprocessados resultaria na redução do consumo diário de aditivos aos 12 meses de idade.

Métodos

Esse estudo originou de um ensaio de campo randomizado multicêntrico que objetivou avaliar o impacto da estratégia para prevenir a introdução precoce de alimentos ultraprocessados e açúcar nas condições alimentares, nutricionais e de saúde das crianças no primeiro ano de idade 29. O estudo foi inicialmente conduzido em três hospitais públicos cadastrados na Iniciativa Hospital Amigo da Criança 30 nas capitais das regiões Sul, Norte e Nordeste do Brasil. Para garantir a obtenção do número amostral dentro do período estipulado, um segundo hospital foi adicionado à região Nordeste. As instituições participantes foram Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, em Porto Alegre/RS, Maternidade Moura Tapajós, em Manaus/AM, Maternidade Climério de Oliveira e Instituto de Perinatologia da Bahia (IPERBA), em Salvador/BA.

Participantes e amostra

Diariamente, entre setembro e dezembro de 2018, nutricionistas e estudantes de nutrição previamente treinados realizaram o recrutamento nas maternidades. Foram consideradas elegíveis para o estudo puérperas com idade igual ou superior a 18 anos, testadas negativas para HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) e HTLV1 (Vírus-T linfotrópico humano do tipo 1), com recém-nascidos sem intercorrências clínicas e sem outras patologias que impedissem a amamentação. Após explicação do estudo e obtenção de consentimento, as participantes foram randomizadas para o grupo controle ou intervenção. O seguimento do estudo foi realizado no período de abril de 2019 a janeiro de 2020, por meio de visitas domiciliares, quando as crianças tinham 6 e 12 meses de idade.
A aleatorização dos participantes nos grupos controle e intervenção foi realizada por pesquisador não envolvido diretamente no cadastramento com auxílio do software Sealed Envelope®. Para evitar o risco de mães no mesmo quarto terem sido alocadas para diferentes grupos e o desequilíbrio no tamanho da amostra, a randomização foi estratificada em blocos de quatro semanas para cada centro no início de cada mês de coleta de dados. A proporção de alocação foi de 1:1 entre os grupos.
O cálculo amostral do estudo original foi realizado por meio do software G*Power versão 3.1.9.6 (Universidade de Düsseldorf, Düsseldorf, Alemanha, 2019), baseado na redução significativa da prevalência de crianças que receberam açúcar. A prevalência de referência foi de 60% para o grupo controle e 30% para o grupo intervenção, definida segundo resultados encontrados em estudos anteriores conduzidos em população semelhante 31,32. Outros parâmetros foram o poder de 85%, nível de significância de 5% e efeito cluster de 1,3, que determinou um tamanho amostral de 50 crianças por grupo e 100 crianças por região, totalizando 300 crianças. Considerando 35% de perdas de seguimento, o número mínimo de 462 crianças foi estimado no início do estudo.

Intervenção

As mães e seus acompanhantes receberam uma única sessão de aconselhamento com nutricionista, dois materiais e telefonemas nos cinco meses seguintes, além da rotina hospitalar usual. Foram informadas sobre visitas domiciliares aos 6 e 12 meses de idade dos seus filhos, para reforço das orientações e para obtenção de dados antropométricos, dietéticos e de saúde das crianças.
A intervenção foi aplicada nas maternidades por equipe de estudantes de nutrição e nutricionistas treinados e teve duração de aproximadamente 20 a 30 minutos. Foi entregue às mães e cuidadores cartilha desenvolvida pelo UNICEF 33 (“Os 10 passos para alimentação e hábitos saudáveis: do nascimento até os 2 anos de idade”). Os entrevistadores deram ênfase ao Passo 2) “Não oferecer açúcar” e ao Passo 8) “Não oferecer alimentos ultraprocessados como doces e refrigerantes”. Além disso, os familiares receberam folheto ilustrado desenvolvido para o estudo, a fim de ajudá-los a fazer escolhas alimentares adequadas para seus filhos.
Ligações telefônicas mensais às mães e/ou cuidadores foram realizadas quando as crianças tinham trinta dias, dois, três, quatro e cinco meses de idade, com roteiro fixo, a fim de reforçar as informações fornecidas nas maternidades. Os entrevistadores foram orientados a esclarecer quaisquer dúvidas relacionadas às práticas de alimentação infantil de acordo com as cartilhas de intervenção ou encaminhar ao atendimento nas unidades básicas de saúde locais. Aos 6 meses de idade das crianças, previamente à primeira visita domiciliar, foi realizada ligação para confirmar o endereço das famílias. Na impossibilidade de contato, os entrevistadores utilizaram o endereço fornecido pelas mães nas maternidades.
Controle
As puérperas randomizadas para o grupo controle receberam a rotina hospitalar usual, em consonância com as normas estabelecidas quando da certificação na Iniciativa Hospital Amigo da Criança. Os participantes foram contatados novamente quando as crianças tinham 6 e 12 meses de idade para agendamento de visitas domiciliares.
Treinamento dos entrevistadores
Os entrevistadores passaram por treinamentos presenciais e on-line, durante o qual foram instruídos sobre a forma de convidar os participantes, realizar as entrevistas, administrar a intervenção e preencher os questionários. Um programa de treinamento presencial padronizado de dois dias foi desenvolvido pelo centro coordenador para ser aplicado em cada um dos centros de colaboração. O programa completo envolveu 4 sessões, de duas a três horas, com apresentação em PowerPoint e manuais específicos para a coleta dos dados. Após cada sessão, foram realizados exercícios práticos junto ao investigador principal, que avaliou e corrigiu as técnicas quando necessário. Sessões de acompanhamento on-line foram agendadas para esclarecer dúvidas e garantir padronização da metodologia aplicada
As equipes também receberam treinamento sobre como responder adequadamente às mães e cuidadores as dúvidas sobre a alimentação de seus bebês de acordo com as informações fornecidas durante a intervenção, incentivando as famílias alocadas no grupo intervenção a utilizarem as cartilhas.

Coleta de dados

Na maternidade, as puérperas foram entrevistadas por meio de questionário estruturado elaborado pelos pesquisadores e testado previamente, visando à obtenção de informações relativas a características sociodemográficas, dados sobre a gestação, saúde materna e da criança desde o nascimento. Posteriormente à entrevista, foi realizada a intervenção ao grupo alocado. Neste estudo, foram selecionadas características das mães (idade, raça, anos de escolaridade, ocupação, situação conjugal, condições pré-gestacionais e gestacionais e renda familiar mensal) e dos filhos (sexo e tipo de parto). No período em que as crianças completaram 6 e 12 meses de idade, visitas domiciliares foram realizadas para coleta de dados. Foi aplicado um questionário desenvolvido para o estudo abordando características familiares, alimentação infantil e dados antropométricos da mãe e da criança.
A avaliação da ingestão alimentar foi obtida por meio de inquérito recordatório de 24 horas pela técnica dos múltiplos passos 34. Detalhes sobre tipos de alimentos, quantidades, receitas e marcas foram coletados. Medidas caseiras comuns (por exemplo, colheres de chá, colheres de sopa, xícaras e tamanhos de porções) foram usadas para ajudar as mães a relatar as quantidades de comida fornecidas aos seus filhos.

Análise dos dados

Para este estudo, foram utilizados os dados coletados aos 12 meses de idade. O cálculo nutricional da ingestão alimentar foi realizado pelo centro coordenador (Porto Alegre), por meio do programa Dietbox Profissional ®. Os alimentos consumidos foram classificados em quatro grupos de acordo com a extensão e a finalidade do processamento, utilizando a classificação NOVA 3 (alimentos in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários processados, alimentos processados, alimentos ultraprocessados). A partir do inquérito recordatório de 24 horas, foram selecionados e organizados em uma planilha todos os alimentos processados e ultraprocessados.
Para identificar e quantificar a presença de aditivos em cada alimento consumido pelas crianças, foi feito a busca e a leitura da lista de ingredientes nos rótulos dos produtos por meio dos sites oficiais das marcas ou de forma presencial em mercados de grande porte. Os alimentos que continham aditivos foram definidos como “alimentos fonte de aditivos”.
Os aditivos encontrados em cada alimento foram classificados de acordo com suas 24 classes funcionais: acidulante, agente carreador, agente de firmeza, agente de massa, antiespumante, antioxidante, antiumectante, aromatizante, conservante, corante, edulcorante, emulsificante, espessante, espumante, estabilizante, estabilizante de cor, fermento químico, geleificante, glaceante, melhorador de farinha, realçador de sabor, regulador de acidez, sequestrante e umectante 35.
Posteriormente, para cada criança, estimou-se a ingestão diária de aditivos, por meio da soma da quantidade de aditivos presentes em cada alimento consumido no dia anterior. Além disso, foram feitas estimativas da quantidade de alimentos fonte ingeridos ao dia, a quantidade de aditivos proveniente de alimentos classificados como ultraprocessados e a quantidade de classes funcionais.
O banco de dados do estudo original foi obtido pela plataforma REDCap (Research Electronic Data Capture, Vanderbilt University, Tennesse, EUA, 2004), o que permitiu com que os centros colaboradores inserissem seus próprios dados na plataforma on-line. Para este estudo, banco de dados foi elaborado no software Excel (Microsoft 365 MSO versão 2310) entre novembro de 2022 e agosto de 2023. A distribuição dos dados foi verificada por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. As variáveis quantitativas foram apresentadas em média e desvio padrão e as variáveis categóricas em frequência absoluta e relativa. Foi utilizado o ponto de corte acima de 22 aditivos baseado no último tercil de consumo. Para a comparação entre os grupos intervenção e controle foi utilizado a Equação de Estimativa Generalizada. O tamanho de efeito foi relatado por meio da diferença entre os grupos (g/dia) e dos respectivos intervalos de confiança (IC) de 95%. O valor de P<0,05 foi considerado estatisticamente significativo. As análises foram realizadas no SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 25.0.

Aspectos éticos

Antes da realização de cada entrevista, todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (parecer nº 2.733.914 e registrado no Clinical Trials sob o número NCT03841123. A descrição do estudo seguiu o checklist fundamentado pelo Consort Statement (Consolidated Standards of Reporting Trials).

Resultados

Entre os três centros, 850 pares de puérperas e recém-nascidos foram identificados (Figura 1). Houve recusa de 52 (6,1%) e 282 (33,1%) foram considerados não elegíveis, resultando em uma amostra de 516, alocadas para os grupos intervenção (GI; n=261) e controle (GC; n=255). Aos 12 meses, 181 crianças foram avaliadas no grupo intervenção e 173 no grupo controle. As principais causas de perdas entre os seguimentos foram recusa (GI; n=39 e GC; n=47), não localização do endereço (GI; n= 41 e GC; n=34) e morte da criança (GC; n=1). A análise dietética completa foi de 172 e 155 crianças, nos grupos intervenção e controle, respectivamente.
As características sociodemográficas dos participantes do estudo estão descritas na Tabela 1 e foram semelhantes entre os grupos, exceto em relação ao sexo da criança (masculino 56,3% no grupo intervenção e 43,5% no grupo controle; p=0,008). A maioria das puérperas (57,2%) não exerciam trabalho remunerado, 24,2% tinham o nível de escolaridade menor que 8 anos e 39,7% eram primíparas. A renda mensal familiar foi inferior a três salários mínimos em 76% das famílias. Na coleta de dados para essa análise, a média de idade das crianças foi de 12,76±0,85 meses (mínimo de 10,38 e máximo de 15,51).
O consumo médio de aditivos, classes funcionais e alimentos fonte entre os grupos de randomização estão apresentados na Tabela 2. Observou-se que a intervenção foi efetiva em reduzir a quantidade de aditivos alimentares consumidos pelas crianças do grupo intervenção (GI: 17,4±14,3 vs. GC: 21,2±18,0; p=0,030). A variável correspondente aos alimentos fonte de aditivos mostrou menor quantidade entre as crianças do grupo intervenção (GI: 4,5±3,0; GC: 5,4±3,5; p=0,054), porém não atingiu o nível de significância. Em relação aos aditivos provenientes de alimentos ultraprocessados, não houve diferença estatística entre os grupos (GI: 15,4±13,3; GC: 17,8±16,5; p=0,119). Ao categorizar o consumo em >22 aditivos/dia o percentual foi de 13% no grupo intervenção e 24% no grupo controle (p=0,048). A Figura 2 apresenta os principais alimentos fonte de aditivos alimentares entre os grupos de randomização.
O consumo das classes funcionais de aditivos nos grupos controle e intervenção está apresentado na Figura 3. O maior impacto da intervenção foi observado na prevalência de consumo de acidulantes (GI: 33,4% IC 0,25-0,44; GC: 50,9% IC 0,40-0,64; p=0,029) e estabilizantes (GI: 34,2% IC 0,25-0,46; GC: 51,7% IC 0,40-0,65; p=0,027). Devido ao baixo percentual de consumo, não foi possível estimar a diferença entre os grupos das classes antiespumantes (GI: 0,6%; GC: 0,6%), sequestrantes (GC: 1,3%), glaceantes (GC: 0,6%) e umectantes (GC: 0,6%). Os aditivos que exercem a função de agente carreador, agente de firmeza, agente de massa, estabilizante de cor e gelificante não foram encontrados na amostra de alimentos consumidos pelas crianças deste estudo em nenhum dos grupos.

Discussão
Os resultados deste estudo mostraram que a intervenção de aconselhamento dietético foi efetiva em reduzir a quantidade de aditivos alimentares consumidos por crianças brasileiras aos 12 meses de idade. Essa redução foi observada em todas as classes funcionais analisadas, com destaque para os acidulantes e estabilizantes.
A justificativa para esses achados se baseia na estratégia de intervenção do estudo, no qual as mães foram orientadas a não oferecer alimentos ultraprocessados para seus filhos nos primeiros dois anos de idade. A maioria dos alimentos fonte de aditivos consumidos eram classificados como ultraprocessados e continham até 16 aditivos em ambos os grupos. Outro estudo que selecionou, por meio de site de supermercados e de fabricantes, 300 alimentos voltados para crianças como biscoitos, salgadinhos de milho, cereais, leite, iogurte/petit suisse, macarrão instantâneo e bolos encontrou valor semelhante, entre 2 e 16 aditivos 26. Esses e outros alimentos ultraprocessados estavam apresentados de modo ilustrativo nos materiais da intervenção entre os alimentos que não deveriam ser oferecidos, facilitando o entendimento das mães e consequentemente ampliando a efetividade. Estudos já mostraram que aconselhamentos dietéticos realizados por profissionais de saúde são estratégias importantes para estabelecimento de hábitos alimentares e promoção de estilos de vida saudáveis 36–38. Assim, supõe-se que as famílias que receberam a intervenção optaram por alimentos mais saudáveis, in natura ou minimamente processados, que, por sua vez, são isentos de aditivos.
Em relação às classes de aditivos alimentares, foi possível observar menor consumo de acidulantes, provenientes em grande parte de bebidas lácteas adoçadas, bebidas coloridas artificialmente e biscoitos, bem como os estabilizantes, provenientes principalmente de leite de vaca e bebidas lácteas adoçadas. Elaborar hipóteses que expliquem a menor prevalência de algumas classes específicas é um desafio, devido a lacuna de estudos que analisem o consumo de todos os aditivos permitidos para uso pela legislação 28. Acredita-se que a presença de consumo dos acidulantes e estabilizantes entre as crianças do grupo intervenção se deva à ampla utilização de ambas as classes entre os alimentos mais produzidos para o consumo da população infantil. Segundo dados de um estudo com quase dez mil alimentos e bebidas vendidos no Brasil, os estabilizantes e acidulantes são o quarto e quinto aditivos mais comuns dos produtos analisados, estando presente em 27,6% e 26,3%, respectivamente 39.
Em nossos resultados quase um quarto da amostra randomizada no grupo controle (24%) consumiu >22 aditivos ao dia (vs. 13% no grupo intervenção). Muitos desses aditivos são comuns a diferentes grupos alimentares, ou seja, as crianças estão regularmente expostas aos mesmos aditivos e a um efeito de “coquetel”, resultante da interação sinérgica entre eles em produtos alimentícios 39. Nesse contexto, para além da escassez de estudos que avaliem possíveis estratégias para prevenção do consumo precoce de aditivos alimentares, há ainda lacuna em relação ao risco da ingestão cumulativa e concomitante de aditivos em crianças e adultos. Uma possível explicação para o elevado consumo de aditivos encontrado neste estudo é de que, mesmo com a efetividade da intervenção, ainda há outros fatores interferentes: condições socioeconômicas, influência parental, publicidade dos alimentos 40–42 e a existência de áreas geográficas com acesso escasso a alimentos saudáveis e predomínio da disponibilidade de alimentos ultraprocessados, denominados desertos e pântanos alimentares 43.
Verificou-se elevado consumo de aromatizantes, sendo estes os mais prevalentes na amostra e estando presentes em doces, bebidas lácteas adoçadas, biscoitos, salgados, cereais, bebidas de frutas saborizadas e refrigerantes. Alguns estudos demonstram efeitos negativos dos aromatizantes quando utilizados em doses elevadas, como o retardo do crescimento infantil e câncer 44,45. Além disso, estudo realizado em roedores mostrou que aromatizantes sintéticos idênticos aos naturais (sabores maracujá, morango, baunilha, chocolate, tutti-frutti e biscoito) podem ser tóxicos em doses acima de 2,0 mL/kg/dia 46. Ainda, segundo Monteiro 4, aromatizantes são considerados “aditivos cosméticos”, assim como corantes, emulsificantes, espessantes, realçadores de sabor e outros, utilizados apenas para tornar o produto mais palatável e atraente 17,47. Assim, essa classe é uma das que mais se observam incertezas em relação às informações ao consumidor, visto que não há obrigatoriedade da declaração do nome de cada substância (artificiais ou naturais), sendo suficiente designá-las com a palavra “aromatizante” ou “aroma” 48, reforçando a necessidade de que a legislação da rotulagem dos alimentos seja revista como uma política pública prioritária.
A segunda classe de aditivos mais prevalente foram os emulsificantes, utilizados em grande variedade de grupos alimentares, como biscoitos, doces, lácteos, panificados e, inclusive, em fórmulas infantis. Em nossa amostra, observou-se que o consumo foi majoritariamente derivado das fórmulas infantis, as quais são ofertadas com frequência ao dia. Vale mencionar que dentre onze, apenas um tipo de fórmula infantil consumida pelas crianças não continha emulsificante. Além de pertencer a categoria de aditivos cosméticos, evidências recentes relatam que o consumo de emulsificantes pode contribuir para a patogênese da doença inflamatória intestinal, doenças autoimunes e reações de hipersensibilidade 49–51.
Estudo qualitativo revelou que algumas classes de aditivos são mais facilmente reconhecidas por pais e cuidadores, como corantes e conservantes 28, comumente adicionados aos alimentos destinados ao público do presente estudo 17. Em nossa amostra, a prevalência de consumo de corantes e conservantes ultrapassou um terço em ambos os grupos. Revisões sistemáticas elucidam que os corantes estão relacionados a reações de hipersensibilidade, hiperatividade, angioedema, vasculite, púrpura e choque anafilático 18,20,52. Ao comparar as legislações em diferentes países, corantes como o Vermelho 40, permitido no Brasil, já são proibidos na Alemanha, Áustria, França, Bélgica, Dinamarca, Suécia e Suíça 53. Entre os conservantes, reações alérgicas associadas aos benzoatos contidos em refrigerante e ketchup já foram publicadas em relatos clínicos 21,22. Diante do exposto e da crescente compreensão das origens de saúde e de doenças crônicas no início da vida 54, é evidente que os riscos se tornam mais agravantes em crianças que iniciam o consumo de alimentos com aditivos ainda nos primeiros anos de idade. Até que mais estudos sejam conduzidos, estratégias de intervenção e qualificação aos profissionais da saúde devem ser intensificadas, pois resultam na melhora de práticas alimentares de crianças desde os seis meses de idade 55.
O cenário que leva ao consumo regular de alimentos ultraprocessados é complexo por diversos fatores, destacando o baixo custo que o torna mais acessível, a alta palatabilidade, o forte apelo da publicidade infantil e o grande interesse econômico da indústria de alimentos 56–58. Desta forma, o presente estudo pode subsidiar o fortalecimento da Política Nacional de Alimentação e Nutrição conforme recomendações propostas por especialistas da área. Dentre os temas elencados, destaca-se avaliação e monitoramento no que tange os itens de aperfeiçoamento de instrumentos para utilização das informações da Vigilância Alimentar e Nutricional; definição de indicadores de alimentação e nutrição para atenção básica e especializada a serem monitorados; e definição de indicadores de alimentação e nutrição para monitoramento da implementação das ações e apoiar processo decisório que corresponda a cada nível do governo 59.
Entre as limitações do presente estudo destaca-se primeiro que, apesar da randomização, houve maior número de crianças do sexo masculino cadastradas inicialmente. No entanto, nessa faixa etária, acredita-se que não existem diferenças biológicas que possam influenciar as preferências e o consumo alimentar de aditivos alimentares entre os sexos, a fim de comprometer os resultados. Segundo, um único recordatório de 24 horas pode não ser suficiente para descrever a ingestão alimentar habitual de um indivíduo, mas como a análise principal do estudo foi feita entre grupos, a soma dos recordatórios potencializa a fidedignidade dos resultados. Terceiro, a ausência das informações de quantidades de aditivos presentes nos alimentos, impedindo análise quantitativa do consumo. Sobre o exposto, a Anvisa declara que a presença de aditivos no rótulo dos produtos deve dar-se ao final da lista de ingredientes, independente da quantidade utilizada 48. Ainda, na Instrução Normativa 211/2023, que estabelece as funções tecnológicas, as condições de uso e os limites máximos para os aditivos, muitos apresentam a sigla quantum satis, originária do latim, a qual significa a “quantidade necessária para obter o efeito tecnológico desejado desde que não altere a identidade e a genuinidade do produto”. Ou seja, não há limite numérico especificado 35,60. Por esse motivo, realizou-se análises de abordagem qualitativa, resultando em dados de presença e de frequência de aditivos.
Conclusão
Conclui-se, portanto, que a intervenção para prevenir o consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados foi efetiva em reduzir a quantidade de aditivos alimentares consumidos aos 12 meses de idade das crianças. Entretanto, as conclusões desse estudo referem-se às famílias de maior vulnerabilidade social não podendo ser ampliadas para outros grupos sociais da população. A rede de atenção à saúde, incluindo pré-natal, maternidade e puericultura, deve intensificar a implementação das diretrizes das políticas de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde que incluem o Guia Alimentar para a População Brasileira (2014) e o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos (2019). O consumo elevado de aditivos alimentares no primeiro ano de idade, demonstrado nesse estudo, requer medidas urgentes por meio de campanhas nacionais que informem e esclareçam para a população os prejuízos, riscos e incertezas para a saúde das crianças. Desta forma, é necessário fortalecer o binômio educação-saúde para além do atendimento em atenção primária à saúde, expandindo a divulgação para diferentes tipos de públicos como medida, também, de prevenção e enfrentamento à desinformação científica em saúde.





















Referências
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Germann, LD, Baratto, PS, Gama, CM, Vitolo, MR. Redução no consumo de aditivos alimentares no primeiro ano de vida: impacto de um ensaio randomizado focado em aconselhamento dietético. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/ago). [Citado em 05/12/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/reducao-no-consumo-de-aditivos-alimentares-no-primeiro-ano-de-vida-impacto-de-um-ensaio-randomizado-focado-em-aconselhamento-dietetico/19770

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