EN PT

Artigos

0347/2025 - EXPECTATIVA DE VIDA SAUDÁVEL EM RELAÇÃO A INDICADORES DE SAÚDE BUCAL. CAMPINAS, SP
HEALTHY LIFE EXPECTANCY IN RELATION TO ORAL HEALTH INDICATORS. CAMPINAS, SP

Autor:

• Bruna Kelly Fehlberg - Fehlberg, BK - <fehlbergbruna@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4626-1711

Coautor(es):

• Ana Paula Belon - Belon, AP - <ana.belon@ualberta.ca>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4600-3202

• Marilisa Berti de Azevedo Barros - Barros, MBA - <marilisa@unicamp.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3974-195X

• Margareth Guimarães Lima - Lima, MG - <mglima@unicamp.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6996-0745



Resumo:

Introdução: o envelhecimento populacional traz desafios à saúde pública, incluindo a saúde bucal, impactada por doenças como a perda dental e o edentulismo. Objetivos: analisar a expectativa de vida sem edentulismo (EVSE) e com saúde bucal autoavaliada como boa (EVAB) na população de Campinas-SP a partir dos 20 anos, considerando diferenças entre sexos. Métodos: foram utilizados dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade, Sistema de Informações dos Nascidos Vivos, Censo Demográfico e do ISACamp 2014/2015. O método de Chiang foi aplicado para tábuas de mortalidade e o de Sullivan para estimar EVSE e EVAB. Resultados: aos 20 anos, as mulheres vivem mais sem edentulismo, mas os homens possuem maior proporção de anos livres da condição (87,0% x 81,6%). A EVAB foi superior entre mulheres em todas as idades: aos 20 anos, elas vivem 75,5% do restante da vida com boa saúde bucal, enquanto os homens vivem 73,1%. Aos 80 anos, essa proporção sobe para 85,6% e 74,4%, respectivamente. Conclusão: a EVSE reduz com a idade, sendo proporcionalmente maior nos homens aos 20 anos, enquanto a EVAB é maior em mulheres e idosos, destacando desigualdades ao longo da vida e entre os sexos que exigem intervenções específicas para promover melhorias na saúde bucal da população.

Palavras-chave:

Expectativa de Vida Saudável; Saúde Bucal; Perda Dental; Autoavaliação; Inquéritos de Saúde.

Abstract:

Introduction: population aging poses challenges to public health, including oral health, which is affected by conditions such as tooth loss and edentulism. Objectives: to analyze edentulism-free life expectancy (EF-LE) and good self-assessed oral health life expectancy (GOH-LE) in the population of Campinas from the age of 20 considering sex differences. Methods: data were obtained from the Mortality Information System, the Live Birth Information System, the Demographic Census, and the ISACamp 2014/2015 survey. Chiang's method was used to construct mortality tables and Sullivan’s method was applied to estimate EF-LE and GOH-LE. Results: at 20 years old, women live longer without edentulism, but men have a higher proportion of edentulism-free years (87.0% vs. 81.6%). GOH-LE was higher among women at all ages: at 20, they live 75.5% of their remaining years with good oral health, while men live 73.1%. By age 80, these proportions increase to 85.6% and 74.4%, respectively. Conclusion: EF-LE decreases with age and is proportionally higher among men at age 20, while GOH-LE is greater among women and older adults, highlighting oral health inequalities throughout life and between genders, emphasizing the need for targeted interventions to improve population oral health.

Keywords:

Healthy Life Expectancy; Oral Health; Tooth Loss; self-assessment; Health Surveys

Conteúdo:

INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, a população global e a estrutura etária alteraram substancialmente1 e as projeções para o restante do século 21 mostram uma continuação do envelhecimento global2. Essa tendência também tem sido observada no Brasil, a expectativa de vida para o total da população brasileira passou de menos de 50 anos nos anos de 1950 para 77 anos em 2021, sendo atualmente de 73,6 anos para os homens e de 80,5 anos para as mulheres, evidenciando a manutenção da diferença de gênero na expectativa de vida ao longo dos anos3. Embora esse aumento seja desejado, ele apresenta inúmeros desafios para a saúde pública, principalmente em relação à garantia de uma longevidade saudável4.
A população está envelhecendo e a perda dental tende a aumentar com a idade5, nesse contexto as doenças bucais são preocupantes devido à sua prevalência e impacto na saúde da população6. A perda dental e o edentulismo (ausência total de dentes naturais) foram uma das dez principais causas de anos vividos com incapacidade (AVI) em alguns países de alta renda devido ao envelhecimento da população7. Em todo o mundo, os distúrbios orais contribuíram com 8 milhões de anos vividos com deficiência entre pessoas de 50–74 anos em 20191.
Estima-se que o edentulismo afeta 3,3% da população mundial8 e acometa principalmente os idosos9. No Brasil, grande parte dos idosos de 65 a 74 anos apresentam ausência total de dentes, cerca de 36,4%10. Além disso, sua distribuição é marcada por importantes desigualdades, sendo as mulheres as mais prejudicadas apresentando desde cedo os maiores índices de cárie dentária6,9,11,12. Adolescentes do sexo feminino têm 59% mais chances de sofrer perda dental em comparação aos do sexo masculino6,9,11,12. Ademais, também é relatado na literatura que as mulheres são mais suscetíveis a sobretratamentos e iatrogenias6,9,11,12.
Indicadores clínicos são utilizados para mensurar os problemas bucais13, no entanto, tendem a ser limitados para avaliar a interferência do estado bucal na vida dos indivíduos13. Assim, a utilização de indicadores subjetivos torna-se cada vez mais importante em relação a avaliações de saúde geral e de saúde bucal13,14. A autoavaliação de saúde bucal é um indicador multidimensional que combina a condição objetiva da saúde oral e os valores sociais e culturais relacionados à mesma15,16. A saúde bucal autorreferida está relacionada à percepção da condição de saúde e da capacidade funcional, contribuindo de forma independente para o bem-estar e satisfação com a vida ao longo do tempo13.
Diante do exposto e com o aumento do interesse em estudar e compreender a qualidade dos anos adicionados à vida com o prolongamento da expectativa de vida, estudos que investiguem o papel da saúde bucal no envelhecimento saudável tornam-se primordiais, uma vez que a expectativa de vida pode ser influenciada também por doenças bucais17–19. Além disso, há poucas pesquisas que analisaram a relação entre saúde bucal e expectativa de vida saudável20.
Um indicador sintético que ajuda a determinar a relação entre saúde bucal e a expectativa de vida é a expectativa de vida saudável. Ao combinar dados de saúde bucal com a expectativa de vida, é possível estimar quantos anos uma pessoa pode esperar viver com ou sem problemas bucais. No Brasil, poucos estudos avaliaram a expectativa de vida saudável com indicadores de saúde bucal18,19, e apenas voltados à análise da população idosa, dessa forma até o presente momento não existem pesquisas que incluam as faixas etárias mais jovens. Além disso, esses estudos avaliaram a expectativa de vida segundo saúde bucal por meio de indicadores diferentes, um deles avaliando o impacto negativo da saúde bucal18 e o outro utilizando a expectativa de vida sem edentulismo19 e observaram que as mulheres tendem a viver mais tempo com baixa qualidade de vida relacionada à saúde bucal e tem menor expectativa de vida sem edentulismo. Para abordar essas lacunas na literatura científica do Brasil, o objetivo desse trabalho foi analisar a expectativa de vida sem edentulismo (EVSE) e expectativa de vida com saúde bucal autoavaliada como boa (EVAB) na população de Campinas a partir dos 20 anos e também verificar a existência de diferenças entre os sexos para ambos os indicadores. A investigação simultânea de dois indicadores de saúde (edentulismo e autoavaliação de saúde bucal) na população adulta permite uma análise relativamente mais compreensiva da saúde bucal e gera evidencia que pode auxiliar no desenvolvimento de programas e políticas públicas que previnem e mitigam os problemas de saúde bucal, garantindo mais anos saudáveis de vida.
MÉTODOS
Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (número do certificado: 75614823.5.0000.5404).
Para o cálculo da expectativa de vida, este estudo utilizou dados de três fontes: do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)21, do Sistema de Informações dos Nascidos Vivos (SINASC; usado para o cálculo do coeficiente de mortalidade e probabilidade de morte infantil)22, e das projeções populacionais realizadas pelo município de Campinas com base nos dados do Censo Demográfico de 2010 (IBGE)23. Para estimar a expectativa de vida saudável, dados de prevalência sobre a saúde bucal foram obtidos do 3º Inquérito de saúde do município de Campinas/SP (ISACamp 2014/2015)24.
O ISACamp 2014/201524 foi realizado com a população residente da cidade de Campinas/SP e apresentou como critérios de inclusão ter idade igual ou superior a 10 anos e residir na zona urbana do município. Os indivíduos institucionalizados não participaram da pesquisa. A amostra do ISACamp 2014/201524 foi obtida por meio do método de amostragem por conglomerados, probabilístico, em dois estágios. No primeiro estágio foram sorteados 70 setores censitários proporcionalmente ao número de domicílios. No segundo estágio, os domicílios foram selecionados aleatoriamente por meio de um sistema de sorteio sistemático aplicado a uma lista atualizada de domicílios. Os domínios de idade considerados foram: 10 a 19 anos (adolescentes), 20 a 59 anos (adultos) e 60 anos ou mais (idosos).
O cálculo do número de indivíduos para a amostra foi realizado considerando uma proporção estimada de 50%, que reflete a variabilidade máxima observada nos estudos de eventos múltiplos. Utilizou-se um intervalo de confiança de 95% e um erro amostral de 4 a 5 pontos percentuais, com o objetivo de garantir precisão nos resultados. Além disso, foi aplicado um efeito de desenho de 2, o que significa que a amostra foi ajustada para levar em conta a complexidade do desenho amostral, como a estratificação ou o uso de amostragem em múltiplos estágios, o que pode aumentar a variabilidade dos dados. Esse processo resultou em 1.000 adolescentes, 1.400 adultos e 1.000 idosos. Com base no censo de 2010, estimou-se a probabilidade do número de indivíduos em cada domicílio por domínio de idade para os cinco distritos administrativos. Um total de 3.119, 1.029 e 3.157 domicílios foram selecionados independentemente para entrevistas com adolescentes, adultos e idosos, respectivamente, para atingir o tamanho de amostra desejado considerando taxas de não resposta de 27%, 22% e 20% para as três faixas etárias, respectivamente. Em cada domicílio, todos os moradores foram entrevistados na faixa etária específica para a qual o domicílio foi selecionado. A amostra final do estudo incluiu 1.023 adolescentes, 1.011 adultos e 987 idosos, totalizando 3.021 participantes entrevistados.
Para este estudo a fim de obter a prevalência de edentulismo e de autoavaliação de saúde bucal, foram considerados apenas os adultos (20 a 59 anos) e idosos (60 anos ou mais), totalizando 1.998 participantes. Os adolescentes (10 a 19 anos), embora incluídos na amostra geral do ISACamp, foram excluídos dessas análises por apresentarem baixa prevalência de edentulismo. Como as faixas etárias foram tratadas como domínios amostrais independentes, a exclusão do grupo de adolescentes não comprometeu a representatividade e a robustez das estimativas obtidas para os demais grupos etários.
Os dados foram coletados com o auxílio de um questionário pré-codificado composto principalmente por questões fechadas organizadas em 13 seções abordando vários temas, entre eles saúde bucal. As entrevistas face-a-face foram realizadas por entrevistadores treinados e supervisionados e os dados foram coletados com auxílio de um dispositivo eletrônico (tablet). A pesquisa foi realizada com o consentimento por escrito de cada participante.
O edentulismo foi avaliado por meio de uma pergunta: O(a) Sr.(a) já perdeu algum dente (superior ou inferior)? Se sim, perdeu um, mais de um ou todos os dentes? Havia quatro respostas possíveis (não; sim, apenas um dente; sim, mais de um dente; sim, todos os dentes). Foi considerado como edentulismo a ausência total de dentes, ou seja, apenas aqueles participantes que responderam “sim, todos os dentes” entraram nessa categoria.
Além do edentulismo, também foi analisada a autoavaliação de saúde bucal. Para isso, os participantes responderam a seguinte questão: Como o(a) Sr.(a) avalia a sua saúde bucal? As possíveis respostas para essa pergunta foram: muito boa, boa, regular, ruim e muito ruim, que foram dicotomizadas em avaliação de saúde bucal “boa” e “ruim”. A “autoavaliação ruim” compreendeu aqueles participantes que avaliaram sua saúde bucal como “regular”, “ruim” e “muito ruim” e a “autoavaliação boa” àqueles que avaliaram sua saúde bucal como muito boa e boa. Essa forma de dicotomização foi baseada em estudos prévios sobre autoavaliação de saúde bucal25,26.
Estimativas da prevalência e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%) de autoavaliação de saúde bucal ruim e de edentulismo foram calculadas por sexo e faixa etária quinquenais (20 a 80 anos ou mais) e as associações foram estimadas pelo teste de Qui-Quadrado com correção de Rao-Scott com nível de significância de 5%. Para o edentulismo, como nas faixas etárias mais jovens (20 a 49 anos) os valores das informações são baixos, as prevalências foram agrupadas para melhor apresentação dos dados e a categorização por faixa etária foi realizada em intervalos de cinco anos a partir dos 50 anos, considerando a maior prevalência da condição nesse grupo etário. As taxas de mortalidade específicas por idade foram estimadas também em intervalos de cinco anos na população com 20 a 80 anos ou mais, utilizando dados de mortalidade por todas as causas de morte do triênio 2014-2016 e a população de 2015. O método de Chiang27 foi utilizado para construir as tábuas abreviadas de mortalidade para homens e mulheres. De acordo com esse método, as taxas de mortalidade foram transformadas em probabilidades de morte na idade exata (através da formula abaixo) e utilizadas para obter a expectativa de vida.


Onde:
qx, x+n = probabilidade de morte entre a idade x e x+n
mx, x+n = coeficiente de morte entre a idade x e x+n
n = intervalo da faixa etária
ax, x+n= proporção dos anos vividos por aqueles que morreram naquele intervalo etário.
A expectativa de vida saudável representa o número de anos que um indivíduo pode esperar viver em um estado saudável28. A expectativa de vida sem edentulismo e a expectativa de vida com boa saúde bucal e os intervalos de confiança de 95% (IC 95%) foram estimadas pelo método de Sullivan29 utilizando a prevalência autorreferida (ISACamp 2014/2015)24 desses eventos (edentulismo e autoavaliação de saúde bucal ruim) em cada faixa etária para determinar o número médio de anos de vida que seriam vividos com e sem esses estados de saúde. O método Sullivan29 usa várias funções da tábua de mortalidade. Primeiramente, multiplica-se o número de anos-pessoa numa faixa etária específica (Lx, x+n, onde Lx, x+n = o número total de anos vividos por todas as pessoas entre idade x e x+n) pela proporção de pessoas sem uma determinada condição de saúde na mesma faixa etária ((1- n?x), onde n?x = proporção de pessoas com uma determinada condição de saúde entre a idade x e x+n):
Lx * (1-?x)
O número total de pessoas-anos vividos sem uma determinada condição de saúde a partir de uma idade especifica (Tx) é obtido através da formula (onde 80+ é a última faixa etária utilizada em nossa tabua de mortalidade):



A expectativa de vida saudável (ESV) na idade específica é dado através da divisão do Tx pelo número de sobreviventes na mesma idade.

Ambas a expectativa de vida sem edentulismo e a expectativa de vida com boa saúde bucal foram calculadas por sexo e faixa etária. Além disso, foram calculados os percentuais de anos vividos sem edentulismo e com boa saúde bucal autoavaliada, usando as fórmulas a seguir:



Onde:
% ESVx = proporção de anos vividos com saúde na idade x (i.e., sem edentulismo ou com boa saúde bucal)
ESVx = expectativa de vida saudável na idade x (i.e., sem edentulismo ou com boa saúde bucal)
EVx = expectativa de vida saudável
Também foram estimados os valores de p utilizando o método de Sullivan, adotando um nível de significância de 5%.

RESULTADOS
As prevalências de edentulismo por sexo e faixa etária são apresentadas na tabela 1. Do total da população de Campinas, 9,5% apresentou ausência total dos dentes e essa proporção é maior entre as mulheres, no total da população, sem diferenças estatisticamente significantes entre os sexos, nas diferentes faixas etárias. A prevalência de edentulismo aumentou com a idade, sendo o maior número observado entre os indivíduos com 80 anos e mais (65,9%). As prevalências de saúde bucal autoavaliada como ruim por faixa etária e sexo não apresentaram diferenças (tabela 2).
As estimativas da expectativa de vida sem edentulismo e a expectativa de vida com saúde bucal autoavaliada como boa são apresentadas na tabela 3. Os mais jovens vivem mais tempo sem perder todos os dentes. Há uma tendência de diminuição de tempo vivido sem edentulismo à medida que aumenta a idade. A partir dos 60 anos tende-se a viver menos tempo, em medidas absolutas ou proporcionais, sem edentulismo. Por outro lado, a expectativa de vida com boa saúde bucal autoavaliada tende a aumentar, proporcionalmente, a partir dos 55 anos, e a proporção de anos vividos com boa saúde bucal autoavaliada foi maior entre os idosos, passando de 74,4% aos 20 anos de idade para 81,9% aos 80 anos e mais. Além disso, ao se comparar os dois indicadores analisados, foi observado que dos 20 aos 39 anos a expectativa de vida sem edentulismo foi maior que a expectativa de vida com boa saúde bucal. Já entre os mais velhos, a partir dos 55 anos a expectativa de vida com boa saúde bucal autoavaliada foi maior.
As diferenças na expectativa de vida sem edentulismo para homens e mulheres são expostas na tabela 4. Aos 20 anos, em anos absolutos as mulheres tendem a viver mais tempo sem edentulismo, no limiar de significância estatística. No entanto, a proporção de anos a serem vividos sem edentulismo foi maior entre os homens. Proporcionalmente aos anos a serem vividos, os homens dessa faixa etária tendem a viver 87,0% do restante de suas vidas sem edentulismo, enquanto as mulheres 81,6%.
As diferenças por sexo na expectativa de vida com saúde bucal autoavaliada como boa foram significativas em todas as faixas etárias e o número de anos absolutos vividos com boa saúde bucal diminuiu com a idade em ambos os sexos. Tanto em anos absolutos, como proporcionalmente aos anos a serem vividos, as mulheres tendem a viver mais tempo com boa saúde bucal autoavaliada. A proporção de anos a serem vividos com boa saúde bucal aumentou com a idade. Uma mulher da faixa etária de 20 anos tende a viver 75,5% do restante de sua vida com boa saúde bucal autoavaliada, enquanto um homem de mesma idade tende a viver 73,1%. Entre os idosos, uma mulher, aos 80 anos, tende a viver 85,6% do restante de sua vida com boa saúde bucal, já um homem da mesma idade tende a viver 74,4% com boa saúde bucal. As diferenças de sexo em anos absolutos diminuíram a partir dos 45 anos, variando de 5,9 anos aos 20 anos a 1,8 anos aos 80 anos. (Tabela 5).

DISCUSSÃO
Este estudo avaliou a expectativa de vida sem edentulismo (EVSE) e a expectativa de vida com saúde bucal autoavaliada como boa (EVAB) na população de Campinas a partir dos 20 anos. Foi o primeiro estudo a utilizar este último indicador, até onde sabemos, assim como as possíveis diferenças de sexo para ambos os indicadores.
Os resultados revelaram uma redução progressiva da expectativa de vida sem edentulismo (EVSE) com o avanço da idade, tanto em termos absolutos quanto proporcionais, refletindo o acúmulo da carga de doenças bucais ao longo da vida. Observou-se ainda que, embora as mulheres apresentem maior expectativa de vida total (EVT) e mais anos absolutos vividos sem edentulismo, a proporção de anos a serem vividos sem perda total dos dentes (%EVSE) foi maior entre os homens, o que sugere que as mulheres vivem mais, porém com maior carga de perda dentária. Resultados semelhantes foram observados entre idosos da cidade de São Paulo19. Além disso, outro estudo conduzido no Brasil encontrou que as mulheres vivem mais tempo com baixa qualidade de vida relacionada à saúde bucal18. No Japão, Matsuyama et al. (2021)17 verificaram que o menor número de dentes estava associado a menor expectativa de vida saudável e total, e maior tempo de vida com incapacidade, em ambos os sexos. Yamato et al. (2022)30 reforçaram esses achados ao demonstrar que idosos com 20 ou mais dentes viviam, em média, dois anos a mais sem incapacidade do que aqueles com 0 a 9 dentes.
Esses dados refletem os efeitos duradouros de um modelo de atenção odontológica historicamente centrado em extrações e de baixa resolutividade6,9. A prevalência elevada de edentulismo entre os idosos está relacionada à limitada oferta de ações preventivas nas décadas passadas e à naturalização sociocultural da perda dentária como parte do envelhecimento6,9. A extração foi, por muito tempo, a principal, e muitas vezes única, alternativa de tratamento acessível para grande parte dessa população. Essa geração viveu a infância e a juventude sem acesso à fluoretação das águas de abastecimento e sem o uso disseminado de dentifrícios fluoretados, cuja cobertura nacional só foi ampliada a partir das décadas de 1980 e 19906,9.
Apesar dos avanços em saúde bucal, o edentulismo ainda persiste como um importante problema de saúde pública, sobretudo no contexto do envelhecimento global da população31. De acordo com dados do Global Burden of Disease 202131, sua prevalência varia em diferentes regiões do mundo, com taxas que vão de 1,3% a 78% entre pessoas com 65 anos ou mais31. Em 2021, foram registrados cerca de 26,5 milhões de novos casos no mundo31, com altas taxas na América do Sul, incluindo Bolívia, Peru e Brasil31. No Brasil, embora a taxa de edentulismo entre idosos tenha caído de 54% em 2010 para 36,4%10 em 2023, os números ainda são elevados, revelando um quadro persistente de vulnerabilidade. Além disso, dados globais mostram que as mulheres apresentaram maior carga da condição a partir dos 20 anos, com taxas de incidência, prevalência e anos vividos com incapacidade (YLD) mais altas do que os homens até os 74 anos. Após os 80 anos, observou-se um declínio mais acentuado entre elas, sugerindo possíveis diferenças no padrão de progressão e impacto do edentulismo segundo o sexo31.
Ressaltamos que o edentulismo está associado a desfechos desfavoráveis em saúde como redução da qualidade de vida e mortalidade19,32–35, agravamento de doenças crônicas e ao comprometimento cognitivo35. No entanto, grande parte da perda dental é evitável9,12. É fundamental a implementação de estratégias voltadas à prevenção e ao controle das doenças bucais em todas as faixas etárias, para a preservação da qualidade de vida e da saúde geral, principalmente diante do envelhecimento da população brasileira.
As diferenças por sexo observadas na EVSE também merecem destaque. Uma possível explicação para a maior carga de perda dentária entre mulheres é o maior uso dos serviços odontológicos, o que dependendo da prática profissional pode resultar em sobretratamento e na perda precoce do elemento dentário9,12,36. O preço do tratamento dentário é muito expressivo, o que o torna muitas vezes inviável e favorece a extração12. Além disso, as mulheres tendem a apresentar maior prevalência de cárie dentária em diferentes contextos e faixas etárias, o que pode ser explicado por fatores biológicos, hormonais e sociais37. Esses dados reforçam a necessidade de medidas que promovam a redução das desigualdades nas afecções bucais, principalmente em relação à perda dental e aumentem a retenção dos dentes ao longo da vida, sobretudo em mulheres, contribuindo para seu envelhecimento saudável.
Apesar da menor EVSE entre as mulheres, os resultados mostraram que elas vivem mais anos com saúde bucal autoavaliada como boa. Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a avaliar a expectativa de vida saudável com base na autoavaliação de saúde bucal. Estudos brasileiros28,38, utilizando a expectativa de vida saudável com base na autoavaliação da saúde geral, indicaram que as mulheres tendem a viver mais anos com boa saúde. Contudo, evidências do Brasil39, Chile40 e China41 indicam que elas vivem proporcionalmente menos anos com boa saúde, apesar da maior longevidade. Esses achados reforçam a complexidade do paradoxo saúde-sobrevivência entre os sexos.
A recuperação da saúde oral com a utilização de próteses dentais pode ter um resultado positivo na autoimagem e no comportamento dos indivíduos, uma vez que ao restabelecer de modo adequado a função mastigatória, a fonação e o aspecto estético proporciona uma melhora na interação social dos pacientes impactando na qualidade de vida dos mesmos30,42. Um estudo anterior demonstrou que idosos com apenas 0 a 9 dentes que utilizavam prótese viviam, em média, três anos a mais sem incapacidade do que aqueles que não faziam uso do dispositivo30. Entre os indivíduos com 10 a 19 dentes, essa diferença foi de um ano. Isso indica que o uso de próteses pode atenuar os impactos negativos da dentição comprometida, sobretudo entre os mais severamente afetados30.
O maior uso de prótese dental entre as mulheres tem sido atribuído à maior frequência de consultas odontológicas e por questões relacionadas ao autocuidado que são marcantes no sexo feminino6,43. O impacto da perda dentária na vida das mulheres é maior do que na dos homens42. Mulheres edêntulas tendem a se sentir menos confiantes e mais constrangidas por acreditarem que o edentulismo as deixa menos atraentes42. Assim, é provável que o maior uso de prótese dental entre as mulheres contribua para uma melhor autoavaliação de sua saúde bucal.
Adicionalmente, nesta pesquisa foi observado que, apesar dos idosos apresentarem menor proporção de anos a serem vividos sem edentulismo, eles tendem a viver mais anos com a saúde bucal autoavaliada como boa, tanto entre homens quanto entre mulheres. Esses dados sugerem que indicadores subjetivos de saúde bucal podem capturar dimensões de bem-estar e adaptação que não são reveladas por medidas clínicas objetivas. Outros estudos nacionais e internacionais também verificaram maior avaliação positiva da saúde bucal entre os idosos15,44,45. A aceitação da perda dentária como parte do envelhecimento pode explicar essa melhor percepção. Um estudo sobre o impacto das doenças bucais na expectativa de vida ajustada por qualidade (QALE) entre adultos nos Estados Unidos mostrou que a perda dentária teve menor efeito entre os mais velhos, enquanto o impacto dos dentes cariados foi maior nessa faixa etária32. Esses achados sugerem que os idosos podem se adaptar melhor à ausência de dentes ao longo do tempo32.
Como limitação deste estudo destaca-se a não realização do exame clínico para verificar a situação de saúde bucal dos entrevistados. No entanto, a autopercepção sobre o número de dentes possui alta validade de acordo com a literatura46,47. O uso de medidas autorreferidas em inquéritos populacionais representa uma alternativa viável, de baixo custo e grande alcance13. Pesquisas que empregam questões de saúde bucal autorreferidas, adquiridas por meio de questionário aplicado por entrevistadores treinados, representam uma opção com menor tempo de execução e sem a necessidade de profissionais da saúde para a coleta dos dados, sendo importante para as investigações de base populacional de larga escala14. Outra limitação refere-se à escassez de pesquisas na literatura sobre expectativa de vida saudável com base em indicadores de saúde bucal, dificultando comparações diretas e o posicionamento dos achados em contextos mais amplos. Além disso, embora os métodos de Chiang e Sullivan possibilitem a estimativa da expectativa de vida saudável, é importante destacar que este estudo não é longitudinal. Assim, as estimativas de expectativa de vida sem edentulismo e com boa saúde bucal são inferências derivadas de dados agregados de prevalência e mortalidade, não refletindo trajetórias individuais nem acompanhando coortes ao longo do tempo. No entanto, destacamos que dados longitudinais de saúde bucal não são muito comuns e métodos de multi-estados para calcular a expectativa de vida saudável que capturam as taxas de transição entre estados de saúde produzem resultados similares48. Portanto, os métodos de Chiang e Sullivan são alternativas solidas às tabuas de mortalidade de coorte e métodos de multi-estados.
Para uma sociedade em envelhecimento, é necessário que a saúde pública concentre esforços não apenas no aumento da expectativa de vida, mas também no aumento da expectativa de vida saudável, incluindo atenção à saúde bucal, que traz implicações importantes na saúde e bem-estar da população. Nesse sentido, nosso estudo contribui de forma original ao estimar a expectativa de vida saudável com base em diferentes indicadores de saúde bucal, tema ainda pouco explorado na literatura. A abordagem adotada é especialmente relevante por incluir adultos e não apenas idosos. Ademais, a literatura tem demonstrado a relevância da utilização de diferentes indicadores para a melhor compreensão da magnitude das diferenças entre os sexos na saúde e aponta que a análise da expectativa de vida saudável para esse fim é uma ferramenta importante 28,49.
Belon e colaboradores28 analisando as diferenças de sexo na expectativa de vida saudável encontraram resultados diferentes de acordo com o indicador de saúde estudado: as mulheres mais velhas poderiam esperar viver mais e a maior parte dos anos seriam passados com melhor autoavaliação de saúde. No entanto, elas viveriam mais anos com limitações funcionais em comparação com os homens brasileiros mais velhos. Nossos resultados acrescentam evidências para essa discussão e a enriquecem com dados para saúde bucal ao demonstrar que apesar das mulheres apresentarem menor proporção de vida sem edentulismo, isso não impediu que elas vivessem mais tempo com saúde bucal autoavaliada como boa. Portanto, além da prevenção da perda dentária, é necessário promover o acesso a reabilitações como próteses, principalmente entre os grupos mais vulneráveis, visando a um envelhecimento mais saudável e equitativo.

CONCLUSÃO
Em resumo, nosso estudo sobre a expectativa de vida sem edentulismo (EVSE) e a expectativa de vida com saúde bucal autoavaliada como boa (EVAB) na população de Campinas revelou diferenças importantes relacionadas à idade e ao sexo. A EVSE foi maior entre os jovens, com uma tendência de redução em termos absolutos e proporcionais a partir dos 60 anos. Em contrapartida, a EVAB demonstrou um comportamento oposto, com uma proporção crescente de anos vividos com boa saúde bucal ao longo do envelhecimento. Também foram evidenciadas diferenças entre os sexos. Embora as mulheres apresentem maior expectativa de vida em anos absolutos sem edentulismo aos 20 anos, proporcionalmente, os homens tendem a viver uma parcela maior do restante de suas vidas sem edentulismo. Já na EVAB, as mulheres apresentaram maior tempo de vida com boa saúde bucal.
Esses resultados destacam as desigualdades de saúde bucal ao longo da vida e entre os sexos, enfatizando a necessidade de intervenções direcionadas que considerem as diferenças etárias e de gênero para promover melhorias na saúde bucal da população. Estudos sobre EVSE e EVAB podem orientar políticas de envelhecimento saudável, priorizando a saúde bucal por meio de ações preventivas, ampliação do acesso a serviços odontológicos e redução das desigualdades. Essas medidas podem favorecer a manutenção dos dentes ao logo dos anos, diminuir a incapacidade, melhorar a qualidade de vida, contribuindo dessa forma para uma longevidade saudável. O monitoramento contínuo desses indicadores enriquece o debate sobre saúde na velhice e desempenha um papel fundamental no planejamento de sociedades sustentáveis frente ao desafio do envelhecimento populacional.

O conjunto de dados deste artigo está disponível no repositório SciELO Data no Dataverse da Ciência & Saúde Coletiva no link: https://doi.org/10.48331/SCIELODATA.IZTHKX

BIBLIOGRAFIA
1. Patel J, Wallace J, Doshi M, Gadanya M, Yahya BI, Roseman J, Srisilapanan P. Oral health for healthy ageing. Lancet Heal Longev. 2021;2(8):e521.doi: 10.1016/S2666-7568(21)00142-2.
2. Vollset SE, Goren E, Yuan C-W, Cao J, Smith AE, Hsiao T, et al. Fertility, mortality, migration, and population scenarios for 195 countries and territories from 2017 to 2100: a forecasting analysis for the Global Burden of Disease Study. Lancet. 2020;396(10258):1285–306. doi:10.1016/S0140-6736(20)30677-2.
3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação: 2000 a 2070 [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2021 [acesso em dez 2022]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9109-projecao-da-populacao.html
4. Fukai K, Ogawa H, Hescot P. Oral health for healthy longevity in an ageing society: maintaining momentum and moving forward. Int Dent J. 2017;67:3–6. doi: 10.1111/idj.12347.
5. Guiotoku SK, Moysés ST, Moysés SJ, França BHS, Bisinelli JC. Iniquidades raciais em saúde bucal no Brasil. Rev Panam Salud Pública. 2012;31(2):135–41.
6. Nico LS, Peres MA. Saúde Bucal autorreferida da população adulta brasileira?: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013.Ciênc. saúde colet. 2013; 389–98. doi:10.1590/1413-81232015212.25942015.
7. GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence Collaborators. Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. Lancet. 2016;388(10053):1545–602. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6.
8. GBD 2017 Oral Disorders Collaborators. Global, regional, and national levels and trends in burden of oral conditions from 1990 to 2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease 2017 Study. J Dent Res. 2020;99(4):362–73. doi:10.1177/0022034520908533.
9. Peres MA, Barbato PR, Reis SCGB, Freitas CHSDM, Antunes JLF. Tooth loss in Brazil: analysis of the 2010 Brazilian oral health survey. Rev Saude Publica. 2014;47(SUPPL.3):78–89. doi: 10.1590/s0034-8910.2013047004226.
10. Brasil. Ministério da Saúde. SB Brasil 2023: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: resultados principais [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2024 [acesso em 20 de maio 2025]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/brasil-sorridente/sb-brasil.
11. Teixeira DSDC, Frazão P, Alencar GP, Baquero OS, Narvai PC, Lebrão ML, Duarte YAO. Estudo prospectivo da perda dentária em uma coorte de idosos dentados. Cad Saude Publica. 2016;32(8):1–12. doi:10.1590/0102-311X00017215.
12. Barbato PR, Nagano HCM, Zanchet FN, Boing AF, Peres MA. Tooth loss and associated socioeconomic, demographic, and dental-care factors in brazilian adults: an analysis of the Brazilian Oral Health Survey, 2002-2003. Cad Saude Publica. 2007;23(8):1803–14.
13. Luchi CA, Peres KG, Bastos JL, Peres MA. Desigualdades na autoavaliação da saúde bucal em adultos. 2013;47(4):740–51. doi:10.1590/S0034 8910.2013047004364.
14. Levin L, Bechor R, Sandler V, Samorodnitzky-Naveh G. Association of self-perceived periodontal status with oral hygiene, probing depth and alveolar bone level among young adults. N Y State Dent J. 2011;77(1):29–32.
15. Matos DL, Lima-Costa MF. Auto-avaliação da saúde bucal entre adultos e idosos residentes na Região Sudeste?: resultados do Projeto SB-Brasil, 2003. Cad. Saúde Pública. 2006;22(8):1699–707. doi: 10.1590/S0102-311X2006000800018.
16. Dias D, Barros R, Ii DH, Vidal S, Torres DS, Rosário L, Neri Al, Antunes JFL. Autopercepção da saúde bucal em idosos e fatores associados em Campinas , SP , 2008-2009. Rev. Saúde Pública. 2011;45(6):1145–53.

17. Matsuyama Y, Aida J, Watt RG, Tsuboya T, Koyama S, Sato Y, Kondo K, Osaka K. Dental status and compression of life expectancy with disability. J Dent Res. 2017;96(9):1006–13. doi: 10.1177/0022034517713166.
18. Oliveira EJP, Alves LC, de Oliveira Duarte YA, Andrade FB. Life expectancy with negative physical oral health impact on quality of life in older adults. Cad Saude Publica. 2020;36(6). doi: 10.1590/0102-311X00119119.
19. Oliveira EJP, Alves LC, Duarte YA de O, Bof de Andrade F. Edentulism-free life expectancy among older Brazilian adults: SABE study, 2006-2016. Gerodontology. 2021; 38(4):429-436. doi: 10.1111/ger.12541.
20. Chiu C-T, Chan A, Ma S, Saito Y. Active life expectancy for elderly Singaporeans by number of teeth and chewing ability. In: 28th Annual REVES Meeting; 2016 jun 6–8; Vienna, Austria. REVES; 2016.
21. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde. [acesso em 20 dez 2023]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/sistemas-de-informacao/sim
22. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; [acesso em 20 dez 2023]. Disponível em: https://svs.aids.gov.br/daent/cgiae/sinasc/.
23. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2010: características gerais da população, religião e pessoas com deficiência [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2012 [acesso em 10 dez 2023]. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/.
24. Barros MBA, Lima MG. Retratos da Saude em Campinas sob as lentes do inquerito ISACamp. 1a ed. Campinas, SP: Editora Pontes; 2022.
25. Borrell LN, Taylor GW, Borgnakke WS, Woolfolk MW, Nyquist LV. Perception of general and oral health in White and African American adults: assessing the effect of neighborhood socioeconomic conditions. Community Dent Oral Epidemiol. 2004;32(6):363–73. doi:10.1111/j.1600-0528.2004.00177.x.
26. Moura C, Gusmão ES, Santillo PMH, Soares RSC, Cimões R. Autoavaliação da saúde bucal e fatores associados entre adultos em áreas de assentamento rural, Estado de Pernambuco, Brasil. Cad Saúde Pública. 2014;30(3):611–22. doi:10.1590/0102-311X00117012.
27. Chiang C. The life table and its applications. Krieger Pu. Malabar, FL: Robert E. 1984.
28. Belon AP, Lima MG, Barros MBA. Gender differences in healthy life expectancy among Brazilian elderly. Health Qual Life Outcomes. 2014;12(1):1–10. doi: 10.1186/1477-7525-12-88.
29. Sullivan DF. A single index of mortality and morbidity. HSMHA Health Rep. 1971;86(4):347–54.
30. Yamato M, Matsuyama S, Murakami Y, Aida J, Lu Y, Sugawara Y, et al. Association between the number of remaining teeth and disability-free life expectancy, and the impact of oral self-care in older Japanese adults: a prospective cohort study. BMC Geriatr. 2022;22(1):1–9. doi.org/10.1186/s12877-022-03541-2.
31. Feng Y, Xiao L, Fu L-L, Gosau M, Vollkommer T, Speth U, Smeets R, Rutkowski R, Friedrich RE, Yan M. Global, regional and national burden of edentulism and periodontal diseases from 1990 to 2021: analysis of risk factors and prediction of trends in 2050. In Vivo. 2025;39(3):1148–61. doi:10.21873/invivo.13919.
32. Matsuyama Y, Tsakos G, Listl S, Aida J, Watt RG. Impact of Dental Diseases on quality-adjusted life expectancy in US adults. J Dent Res. 2019;98(5):510–6. doi: 10.1177/0022034519833353.
33. Polzer I, Schwahn C, Völzke H, Mundt T, Biffar R. The association of tooth loss with all-cause and circulatory mortality. Is there a benefit of replaced teeth? A systematic review and meta-analysis. Clin Oral Investig. 2012;16(2):333–51. doi: 10.1007/s00784-011-0625-9.
34. Wu B, Fillenbaum GG, Plassman BL, Guo L. Association between oral health and cognitive status: a systematic review. J Am Geriatr Soc. 2016;64(4):739–51. doi: 10.1111/jgs.14036.
35. Zhao X, Zhang Q, Tao S, Zhou W, Jia P-Y. Association of edentulism and all-cause mortality in Chinese older adults: do sex differences exist? Public Health. 2023;221:184–9. doi:10.1016/j.puhe.2023.05.018.
36. Silva DD , Rihs LB, Sousa MLR . Fatores associados à presença de dentes em adultos de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica. 2009;25(11):2407–18. doi:/10.1590/S0102-311X2009001100011.
37. Lipsky MS, Su S, Crespo CJ, Hung M. Men and oral health: a review of sex and gender differences. Am J Mens Health. 2021;15(3):1–8. doi:10.1177/15579883211016361.
38. Camargos MCS, Gonzaga MR. Viver mais e melhor? Estimativas de expectativa de vida saudável para a população brasileira. Cad Saúde Pública. 2015;31(7):1460–72. doi:10.1590/0102-311X00128914.
39. Szwarcwald CL, Souza Júnior PRB, Marques AP, Almeida WS, Romero DE. Inequalities in healthy life expectancy by Brazilian geographic regions: findings from the National Health Survey, 2013. Int J Equity Health. 2016;15:141. doi:10.1186/s12939-016-0432-7.
40. Moreno X, Lera L, Albala C. Disability-free life expectancy and life expectancy in good self-rated health in Chile: Gender differences and compression of morbidity between 2009 and 2016. PLoS One. 2020;15(4):e0232445. doi:10.1371/journal.pone.0232445.
41. Liu Z, Zheng H, Wu Y, Wang S, Liu Y, Hu S. Self-Rated Healthy Life Expectancy Changes in Jiangxi Province of China by Gender and Urban–Rural Differences, 2013–2018. Front Public Heal. 2021;(8):1–12.
42. Probst LF, Ambrosano GMB, Cortellazzi KL, Guerra LM, Ribeiro-Dasilva M, Tomar S, Ciarântola M, Konkowski IPS, Posobon RF. Fatores associados aos sentimentos decorrentes da perda dentária total e às expectativas de reposição protética em adultos e idosos. Cad Saúde Coletiva. 2016;24(3):347–54. doi: 10.1590/1414-462X201600030244.
43. Azevedo JS, Azevedo MS, Oliveira LJC, Correa MB, Demarco FF. Needs for dental prostheses and their use in elderly brazilians according to the national oral health survey (SBBrazil 2010): Prevalence rates and associated factors. Cad Saude Publica. 2017;33(8):1–12. doi: 10.1590/0102-311X00054016.
44. Martins AMEBL, Barreto SM, Pordeus IA. Auto-avaliação de saúde bucal em idosos?: análise com base em modelo multidimensional. Cad. Saude Publica. 2009;25(2):421–35. doi:10.1590/S0102-311X2009000200021.
45. Slade GD, Sanders AE. The paradox of better subjective oral health in older age. J Dent Res. 2011;90(11):1279–85. doi: 10.1177/0022034511421931.
46. Pedro REL, Bós AJG, Maria D, Padilha DMP, Silva Filho IG. Validação de entrevista por telefone para avaliação da saúde bucal em idosos.RBCEH. 2011;8 (2) 213–20. doi:10.5335.
47. Ramos RQ, Bastos JL, Peres MA. Validade diagnóstica de agravos bucais autorreferidos em inquéritos populacionais: Revisão da literatura. Rev Bras Epidemiol. 2013;16(3):716–28.
48. Jagger C, Van Oyen H, Robine JM. Health expectancy calculation by the Sullivan method: a practical guide. 4th ed. Montpellier: European Health Expectancy Monitoring Unit; 2014. (EHEMU Technical report 2006_3).
49. Oksuzyan A, Bronnum-Hansen H, Jeune B. Gender gap in health expectancy. Eur J Ageing. 2010;7(4):213–8. doi: 10.1007/s10433-010-0170-4.



Outros idiomas:







Como

Citar

Fehlberg, BK, Belon, AP, Barros, MBA, Lima, MG. EXPECTATIVA DE VIDA SAUDÁVEL EM RELAÇÃO A INDICADORES DE SAÚDE BUCAL. CAMPINAS, SP. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/out). [Citado em 05/12/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/expectativa-de-vida-saudavel-em-relacao-a-indicadores-de-saude-bucal-campinas-sp/19823

Últimos

Artigos



Realização



Patrocínio