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0377/2025 - Consumo abusivo de álcool e atividade sexual desprotegida entre jovens brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde, 2019
Alcohol abuse and unprotected sexual activity among young Brazilians: National Health Survey, 2019

Autor:

• Icleia Parente Rodrigues - Rodrigues, I.P - <icleiaprodrigues@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5040-2401

Coautor(es):

• Silvania Braga Ribeiro - Ribeiro, SB - <sil.br.me@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000000163912136

• Bruno Luciano Carneiro Alves de Oliveira - Oliveira, BLCA - <oliveira.bruno@ufma.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8053-7972

• Ivana Cristina Vieira de Lima Maia - Maia, ICVL - <assessoria.ivana@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2698-9086

• Lorena Pinheiro Barbosa - Barbosa, LP - <lorena@ufc.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8006-7517

• Priscila de Souza Aquino - Aquino, PS - <priscilapetenf@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4976-9817

• Viviane Martins da Silva - Silva, VM - <viviane.silva@ufc.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8033-8831

• Patrícia Neyva da Costa Pinheiro - Pinheiro, PNC - <neyva.pinheiro@yahoo.com.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7022-8391



Resumo:

Objetivo: Estimar a prevalência de consumo abusivo de álcool (exposição) e sua associação com a atividade sexual desprotegida de preservativo (desfecho) entre adultos jovens brasileiros. Métodos: Estudo transversal realizado com dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde 2019 com 6.255 adultos jovens brasileiros de 18 a 24 anos. Aplicou-se o método de Escore de Propensão para se criar o inverso da probabilidade de seleção (IPS) para se analisar a relação entre consumo abusivo episódico de álcool e prática de atividade sexual desprotegida. A associação bruta e ajustada ponderada IPS foi testada usando-se Regressão de Poisson para se estima Razão de Prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). Resultados: A prevalência combinada de consumo abusivo de álcool e atividade sexual desprotegida foi de 63,6% (IC95%: 61,0-66,3) e esteve associada (p=0.003). Na análise bruta e ajustada, verificou-se associação do consumo abusivo de álcool com o sexo inseguro. Porém, a magnitude no modelo estruturado pelo escore de propensão (RP=1,07; IC95%: 1,02-1,13) indicou um ajuste da medida de associação bruta (RP=1,13; IC95%: 1,05-1,22). Conclusão: Verificou-se que o consumo abusivo de álcool está associado na atividade sexual desprotegida. Reforça-se a necessidade de políticas públicas que combinem prevenção e redução de danos na juventude.

Palavras-chave:

Alcoolismo, Comportamento Sexual, Adulto Jovem, Brasil.

Abstract:

Objective: To estimate the prevalence of alcohol abuse (exposure) and its association with unprotected condom sexual activity (outcome) among young Brazilian adults. Methods: A cross-sectional study carried out with secondary data from the 2019 National Health Survey with 6,255 young Brazilian adults aged 18 to 24 years. The Propensity Score method was applied to create the inverse of the selection probability (IPS) to analyze the relationship between episodic alcohol abuse and unprotected sexual activity. The crude and adjusted SPI-weighted association was tested using Poisson regression to estimate Prevalence Ratio (PR) and 95% confidence intervals (95%CI). Results: The combined prevalence of alcohol abuse and unprotected sexual activity was 63.6% (95%CI: 61.0-66.3) and was associated (p=0.003). In the crude and adjusted analysis, there was an association between alcohol abuse and unsafe sex. However, the magnitude in the model structured by the propensity score (RP=1.07; 95%CI: 1.02-1.13) indicated an adjustment of the gross association measure (RP=1.13; 95%CI: 1.05-1.22). Conclusion: It was found that alcohol abuse is associated with unprotected sexual activity. Reinforces the need for public policies that combine youth prevention and harm reduction.

Keywords:

Alcoholism, Sexual Behavior, Young Adult, Brazil.

Conteúdo:

INTRODUÇÃO
O consumo abusivo de álcool é uma questão de saúde pública e importante fator de risco para comportamentos prejudiciais à saúde, incapacitação global e mortes prematuras. Esse consumo está associado a aproximadamente 5% das mortes no mundo, contribui para mais de 200 tipos de doenças e lesões, com significativos prejuízos sociais e econômicos para famílias e sociedades, impactando de forma negativa na saúde da população¹,².
Diante das repercussões negativas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revisou suas metas globais para o controle do uso nocivo de álcool no Plano de Ação Global sobre o Álcool 2022-2030. A nova meta propõe a redução de 10% do consumo abusivo de álcool até 2030 em comparação aos níveis de 2018, reforçando o compromisso com intervenções eficazes que minimizem as consequências sociais e de saúde associadas ao seu uso. O Brasil, alinhado a esse plano, também reconhece a importância contínua de políticas e estratégias voltadas à redução dos danos relacionados ao álcool³.
Apesar dos esforços internacionais e nacionais, o consumo de álcool entre jovens permanece elevado. Dados da OMS indicam que, em 2022, aproximadamente 26,5% dos indivíduos entre 15 e 19 anos consumiram álcool no último ano, representando cerca de 155 milhões de pessoas em todo o mundo. As maiores taxas foram observadas na Europa (43,8%), seguida pelas Américas (38,2%). E, entre adultos jovens de 18 a 24 anos, prevalências semelhantes ou superiores foram relatadas, evidenciando o impacto significativo dessa substância nesse grupo etário?.
Evidências apontam que o uso de álcool prejudica o julgamento, reduz as inibições sexuais e aumenta a probabilidade de iniciar a vida sexual precocemente, ter múltiplos parceiros e não usar preservativos de maneira consistente. Além disso, associa-se a episódios de violência sexual e gravidez não intencional, sendo tal relação ainda mais evidente entre jovens que praticam binge drinking (consumo excessivo em curto período de tempo)???. Tais comportamentos permanecem como questão crítica, conforme evidenciam as pesquisas¹¹,¹². Esse cenário se agrava quando se considera que a prática de sexo desprotegido sob efeito do álcool está diretamente relacionada ao aumento de infecções sexualmente transmissíveis (IST), reforçando a urgência de políticas de prevenção voltadas especificamente para a juventude9-12.
Vale ressaltar que entre 2007 e junho de 2024, indivíduos de 15 a 24 anos apresentaram alta vulnerabilidade, com 23,2% dos casos notificados de HIV no país13. Situação semelhante foi observada para a sífilis adquirida, com maior concentração no grupo de 20 a 24 anos: 32.677 casos masculinos (22,1%) e 18.136 casos femininos (19,1%) no período14. Em relação ao Papilomavírus Humano (HPV), estudo populacional identificou prevalência geral de 53,6% entre jovens de 16 a 25 anos, indicando que mais da metade dos participantes apresentava pelo menos um tipo viral detectado15.
Mesmo com o avanço de novas tecnologias de prevenção contra IST e HIV, como Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e géis lubrificantes, a adesão a essas estratégias ainda enfrenta barreiras sociais, estruturais e individuais. Portanto, é importante que a população as conheça, confie em sua eficácia, deseje utilizá-las e tenha acesso facilitado a essas tecnologias16, e que existam espaços ofertados pelos serviços públicos aos jovens, que possam favorecer a mudança desse cenário de riscos que o álcool propicia.
Este estudo busca mostrar a escassez de investigações que considerem, de forma integrada, múltiplos determinantes sociais da saúde, como raça, escolaridade, renda, região geográfica e espiritualidade na compreensão desse fenômeno. A produção de evidências nesse contexto pode contribuir para subsidiar políticas públicas e estratégias de prevenção específicas para essa faixa etária, com foco na redução de danos, promoção da educação sexual e controle do consumo abusivo de álcool.
Assim, a realização de inquéritos nacionais sobre a influência do álcool nas práticas sexuais inseguras permite identificar grupos e fatores de risco, fornecendo subsídios para a elaboração de programas e políticas de promoção da saúde voltados para jovens. Esses inquéritos também possibilitam monitorar ações de saúde e orientar a alocação de recursos financeiros e humanos, garantindo maior efetividade das intervenções implementadas?.
O objetivo do presente estudo foi estimar a prevalência de consumo abusivo de álcool (exposição) e sua associação com a atividade sexual desprotegida de preservativo (desfecho) entre jovens brasileiros.

MÉTODOS
Tipo de estudo e Fonte dos Dados
Trata-se de estudo transversal realizado com dados secundários que aplicou o método de Escore de Propensão (EP) para analisar a relação entre consumo abusivo de álcool com a prática de atividade sexual desprotegida de preservativo por adultos jovens brasileiros de 18 a 24 anos entrevistados na Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS)
A PNS foi realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde (MS) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)17. Trata-se de um inquérito domiciliar de base populacional, de abrangência nacional, realizado com o objetivo de obter informações válidas e representativas da população brasileira sobre um amplo conjunto de indicadores de vida e saúde.
A população-alvo desse estudo é composta por adultos jovens 18 a 24 anos de idade, residentes em domicílios particulares permanentes no Brasil. A PNS entrevistou em 2019 em 94.115 domicílios, com um total de 279.382 moradores, com idade a partir de 15 anos. Maiores detalhes metodológicos podem ser obtidos em publicações da PNS17. Porém, o presente estudo restringiu sua análise a um estrato específico da população jovem, composto por adultos jovens com idades entre 18 e 24 anos. Essa delimitação se justifica pela maior autonomia legal para o relato de comportamentos sensíveis (consumo de álcool e a atividade sexual), e pelo interesse em compreender com maior precisão os fatores associados à transição entre adolescência e vida adulta.
A PNS utiliza amostra probabilística complexa de um conjunto de unidades de áreas selecionadas - setores censitários ou um conjunto de setores que são definidos como Unidades Primárias de Amostragem (UPA) de todas as Unidades Federadas (UF) do Brasil, a qual representa uma subamostra da Amostra Mestra que compõe o Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares (SIPD) do IBGE17.
A amostragem utilizada foi probabilística por conglomerados em três estágios de seleção, com estratificação das UPA. Os domicílios representam as unidades secundárias e os adultos jovens de 18 a 24 anos moradores as unidades terciárias, que respondem à parte individual do questionário aplicado pela PNS 2019. Os setores censitários ou conjunto de setores foram selecionados inicialmente por probabilidade proporcional ao tamanho para a Amostra Mestra e por probabilidade igualmente proporcional para a PNS, sendo os domicílios e os moradores selecionados por amostragem aleatória simples17.

Variáveis de exposição e desfecho
As variáveis utilizadas no presente estudo foram obtidas a partir de dois módulos do questionário da PNS 2019: Módulo Y – Saúde Sexual e Módulo P – Estilo de Vida. O Módulo Y incluiu questões relacionadas ao comportamento sexual e uso de preservativos: Y1 (idade na primeira relação sexual), Y2 (ocorrência de relações sexuais nos últimos doze meses), Y3 (frequência de uso de preservativos nas relações sexuais nos últimos doze meses), Y4 (uso de preservativo na última relação sexual), Y5 (motivo principal para não utilização de preservativo), Y6 (procura por serviço público para obtenção de preservativos), Y7 (motivo para não procurar serviço público para obtenção de preservativos) e Y8 (orientação sexual). Essas informações foram utilizadas para compor o desfecho do estudo, definido como prática de atividade sexual desprotegida, bem como para caracterização do perfil sexual dos participantes17.
O Módulo P contemplou perguntas referentes ao consumo de bebidas alcoólicas: P27 (frequência de consumo), P28a (dias de consumo por semana), P29 (quantidade média de doses por ocasião), P30a (condução de veículo após ingestão alcoólica), P32a (ocorrência de binge drinking, definido como cinco ou mais doses em uma ocasião nos últimos trinta dias), P32b (número máximo de doses em uma ocasião), P33a (impacto do consumo de álcool nas atividades diárias) e P33b (episódios de amnésia após consumo). A variável de exposição principal foi definida pela resposta afirmativa à questão P32a, operacionalizando o consumo abusivo episódico de álcool para as análises deste estudo17.
Para se mensurar o efeito do consumo abusivo de álcool, dois grupos de comparação foram: (a) grupo exposto – jovens (n=1.568) que reportaram consumo abusivo de álcool no dia em que bebem; e (b) grupo não exposto – jovens (n=4.687) que não referiram esse consumo.
No presente estudo, as informações relativas ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas foram obtidas a partir de questões padronizadas aplicadas na PNS 2019. Especificamente, foi considerada a resposta à questão P32a do questionário individual que avaliou o comportamento de binge drinking, inquirindo: “Nos últimos trinta dias, o(a) Sr(a) chegou a consumir cinco ou mais doses de bebidas alcoólicas em uma única ocasião?”, com respostas categóricas (1 - Sim; 2 - Não). A definição operacional de consumo abusivo de álcool adotada neste estudo considerou a resposta afirmativa a essa questão, em conformidade com a literatura científica que define o binge drinking como o consumo de cinco ou mais doses em um único evento, sendo a fase equivalente a uma lata de cerveja, uma taça de vinho, uma dose de cachaça, whisky ou qualquer outra bebida alcoólica destilada18.
A variável desfecho analisada neste estudo foi a prática de atividade sexual desprotegida, definida como a ausência de uso de preservativos na relação sexual. Para mensurá-la, foi utilizada a pergunta Y4 do questionário individual da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019: “Nos últimos doze meses, na última relação sexual que teve, usou camisinha masculina ou feminina?”, cujas opções de resposta incluíam: 1 - camisinha masculina; 2 - camisinha feminina; 3 - não usou nenhuma; 4 - não sabe / não lembra; e 5 - recusou-se a responder. Para fins analíticos, as respostas foram recodificadas de modo que o uso de preservativo (alternativas 1 ou 2) fosse considerado como prática sexual protegida, enquanto as demais respostas foram classificadas como indicativas de atividade sexual desprotegida. Essa recodificação visou garantir a objetividade da variável desfecho, estabelecendo como critério principal a ausência de proteção na última relação sexual, alinhada ao objetivo do estudo de estimar a associação entre o consumo abusivo de álcool e comportamentos sexuais de risco entre jovens brasileiros.
Covariáveis de controle
As variáveis de controle incluíram sexo (masculino, feminino), idade (em anos), cor/raça (branca, negra – preta mais parda), tem cônjuge/companheiro (sim, não), nível de escolaridade (Até fundamental incompleto ou equivalente, Médio incompleto ou equivalente, Superior incompleto ou equivalente, Superior completo), renda domiciliar per capita (em quintis), localização do domicílio (urbano, rural), tipo de cidade de residência (capital ou Região Metropolitana (RM), interior do estado), magrorregião do país (Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul), número de moradores no domicílio, participação em atividades religiosas (sim, não), tabagismo atual (sim, não), tabagismo no passado (sim, não) e atividade física no lazer (sim, não).
A escolha das variáveis baseou-se em evidências de estudos que demonstram sua associação tanto com o consumo abusivo de álcool quanto com comportamentos sexuais de risco. Pesquisas prévias6,9,11,12 apontam fatores sociodemográficos e comportamentais (sexo, raça, escolaridade e renda) como preditores relevantes para ambos os desfechos, justificando sua inclusão nos modelos analíticos deste estudo.
As covariáveis foram utilizadas para se estimar o escore de propensão por método de regressão logística. A entrada delas no modelo ocorreu pelo “método enter”, no qual há a inclusão de todas as variáveis independentes no modelo de uma vez, sem considerar uma ordem específica de entrada19.

Análise estatística
O Escore de Propensão (EP) permite eliminar ou reduzir o viés de seleção por meio do balanceamento da distribuição das características (covariáveis) entre o grupo de tratamento (expostos) e o grupo controle (não expostos). Com isso, buscou-se obter uma estimativa não enviesada do efeito do tratamento entre os tratados e, semelhante ao que seria possível obter a partir da locação aleatória das unidades de análise no grupo de tratamento, tal como ocorre em estudos randomizados. O uso do EP permitiu foco sobre os determinantes do tratamento e explorou os fatores que são seus preditores20.
O EP por ponderação em dois estágios foi usado para controlar a falta de homogeneidade em relação as covariáveis socioeconômicas, demográficas e de saúde individuais e contextuais. Inicialmente, o EP foi estimado por meio de uma probabilidade condicional de um jovem ser exposto (receber o tratamento), nesse estudo, fazer consumo abusivo de álcool, com base nas covariáveis observadas. Com efeito, busca-se reduzir a dimensionalidade do conjunto de confundidores a uma única medida e permite-se que as unidades de análise com EP similares tenham, na média, probabilidades parecidas de receber o tratamento e distribuição das covariáveis, embora essas unidades de análise possam ter diferentes padrões20.
O EP foi estimado por meio de regressão logística pelo método de máximo verossimilhança. Assim, cada jovem em análise tem uma probabilidade condicional (uma propensão) de receber o tratamento (fazer consumo abusivo de álcool) dado um conjunto de covariáveis mensuradas no modelo proposto. Essa probabilidade varia de 0 a 1. Logo, o consumo abusivo de álcool foi modelado como um desfecho a partir das covariáveis elegíveis, a fim de se estimar a probabilidade desse consumo, sendo que de fato, uns deles foram realmente expostos (consumiram) e outros não. Na regressão logística que estimou o EP, o conjunto de covariáveis foi definido conforme concepção teórica de sua importância descrita na literatura6,9,11,12.
Na segunda etapa, após estimar o EP, este foi usado para calcular o Inverso da Probabilidade de Seleção (IPS), aplicando-se a probabilidade de seleção em cada membro da amostra (1/IPS para os jovens do grupo exposto) e 1/(1 - IPS) para o grupo não exposto, no intuito de tornar os dois grupos mais homogêneos e comparáveis entre si. Como se verificou pesos extremos derivados do PS, considerou-se o uso de pesos estabilizados na construção do IPS. Para cada grupo foi estimada a proporção (ou média para variáveis numéricas) e erro-padrão das covariáveis selecionadas para compor o modelo para estimar o PS, antes e depois da probabilidade inversa de ponderação para determinar o padrão de distribuição de covariáveis entre os grupos.
Para verificar o desequilíbrio das covariáveis antes e após a ponderação foram estimadas as diferenças médias padronizadas, e a análise de variância foi realizada usando o Test-F, em que um valor de p>0,05 é considerado para mostrar homogeneidade de variância. A significância estatística das associações foi verificada por meio do Test-F, apropriado para amostras complexas e com grande número de unidades amostrais. No entanto, considerando o elevado poder estatístico decorrente do grande tamanho da amostra, reconhece-se que o Test-F pode identificar diferenças estatisticamente significativas mesmo quando a magnitude do efeito é reduzida. Box-plot foram elaborados para apresentar o padrão de distribuição das probabilidades estimadas antes e depois da ponderação.
Prevalência e Intervalos de Confiança (IC95%) foram estimados para a prática de atividade sexual desprotegida segundo a variável de exposição antes e depois da ponderação. Diferenças na distribuição dessas frequências foram estimadas usando teste qui-quadrado de Pearson com nível de significância de p<0,05.
A associação entre consumo abusivo de álcool com prática de atividade sexual desprotegida foi estimada por meio de Razão de Prevalência (RP) e respectivo IC95% calculados usando-se Regressão de Poisson (bruta e ajustada por meio do EP).
Todas as análises foram realizadas usando-se o software RStudio versão 2022.2.3.492 (R Foundation for Statistical Computing, Boston, United States of America). Em todos os estágios das análises, incluindo-se a estimação do EP, foram incorporados os efeitos do plano amostral complexo da PNS 2019.
Aspectos éticos
Os dados da PNS 2019 são de domínio público e podem ser utilizados de acordo com as pesquisas de interesse. O projeto da PNS 2019 foi aprovado previamente pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP)/Conselho Nacional de Saúde (CNS) sob o parecer nº 3.529.376 em 23 de agosto de 2019 e todos os participantes assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS
A idade mediana da amostra de 6.255 jovens foi de 22 anos (20-23), enquanto a prevalência de consumo abusivo de álcool foi de 23,8% (IC95%: 22,0-25,7). Em relação aos jovens expostos ao consumo abusivo de álcool, as categorias de exposição incluíram: homens, negros, com menor média de moradores no domicílio, não participantes de atividades religiosas, moradores da capital ou região metropolitana, de escolaridade média e superior incompleta, dos mais baixos quintis de renda, sem cônjuge, das regiões norte e nordeste e da zona urbana (Tabela 1). Diferenças significativas foram observadas na comparação das médias padronizadas antes da ponderação do Escore de Propensão na maioria das categorias de covariáveis, mas as diferenças foram fortemente reduzidas após a ponderação do Escore de Propensão, atingindo valores próximos de zero.
Além disso, os resultados do teste F mostraram uma redução na magnitude e perda da significância estatística da covariância entre os dois grupos após a ponderação. A homogeneidade da variância foi mostrada para a maioria das covariáveis que estavam desequilibradas antes da ponderação. Mas, como o tamanho da amostra é grande, a possibilidade de obter um teste F significativo deve ser considerada.

Tab.1

A figura 1 evidencia o balanceamento das variáveis antes e após o Escore de propensão. Apenas existência de companheiro não obteve balanceamento. Já figura 2 retrata a semelhança dos grupos após o Escore de Propensão.
Figura 1. Balanceamento das variáveis antes e após o Escore de propensão do consumo abusivo de álcool de adultos jovens, NHS. Brasil, 2019.

Fonte: Autoria própria.


Figura 2. Dispersão dos grupos antes e após a realização do Escore de propensão de adultos jovens, NHS. Brasil, 2019.

Fonte: Autoria própria.

A prevalência da exposição consumo abusivo de álcool entre os jovens com prática sexual desprotegida, considerando-se apenas a exposição, antes e após o Escore de Propensão foi disposta na tabela 2.

Fig. 2

DISCUSSÃO
A prevalência de consumo abusivo de álcool entre adultos jovens encontrada neste estudo (23,8%) foi superior à descrita em outro inquérito nacional com 7.823 indivíduos da mesma faixa etária, que apontou prevalência de 17% para esse padrão de consumo21. Esse cenário indica a intensificação do uso de álcool e reforça a necessidade de políticas públicas que combinem prevenção e redução de danos, incluindo campanhas de conscientização voltadas a ambientes de socialização juvenil, fiscalização do acesso precoce a bebidas alcoólicas e ações intersetoriais que envolvam escolas, universidades e serviços de saúde22.
Em relação aos fatores associados ao consumo abusivo de álcool, este estudo identificou maior prevalência entre homens, pessoas negras, indivíduos com média escolaridade, pertencentes aos quintis de renda mais baixos, residentes em regiões mais vulneráveis e que não participam de atividades religiosas. Esses achados corroboram com estudos nacionais e internacionais que apontam desigualdades sociais e raciais como determinantes do uso abusivo de substâncias23,24.
Recomenda-se que programas de prevenção priorizem esses grupos vulneráveis, incorporando ações comunitárias, campanhas direcionadas e apoio psicossocial para jovens em contextos de maior vulnerabilidade social e racial. A ausência de práticas religiosas, por sua vez, tem sido associada a maior risco para uso de álcool, possivelmente por reduzir redes de apoio social e mecanismos protetores25. Nesse sentido, fortalecer redes comunitárias e espaços de acolhimento pode contribuir para mitigação desse risco.
Após o ajuste pelo escore de propensão, observou-se que 63,6% dos jovens apresentaram consumo abusivo de álcool associado à prática sexual desprotegida, prevalência superior à identificada em estudo realizado na Costa Rica (46,9%)26. Esses achados evidenciam que o consumo abusivo de álcool, definido como exposição principal deste estudo, aumenta a vulnerabilidade dos jovens ao comportamento sexual desprotegido27-29.
Na mesma direção, a literatura evidencia que o consumo de álcool está fortemente relacionado a comportamentos sexuais de risco, como iniciação sexual precoce, uso inconsistente de preservativos e múltiplos parceiros sexuais, indicando que indivíduos que consomem álcool têm 1,228 vezes mais chance de não utilizar preservativos em suas relações5. Uma meta-análise envolvendo mais de 465 mil participantes, evidenciou que o uso de álcool quase duplica a probabilidade de iniciação sexual precoce (OR = 1,958), além de estar associado ao uso inconsistente de preservativos (OR = 1,228) e ao aumento do número de parceiros sexuais (OR = 1,722)30.
Por sua vez, um estudo envolvendo jovens chilenos verificou associação significativa entre o consumo de álcool e/ou maconha e a ocorrência de relações sexuais desprotegidas31. Uma outra pesquisa também realizada com estudantes universitários do Chile, focada em IST, revelou proporção considerável de jovens (50,4%), que relatou ter tido relações sexuais sob a influência de drogas ou álcool32.
Diante do exposto, as políticas de prevenção e redução de danos precisam ser intensificadas, principalmente nos lugares e ambientes de fácil acesso a esses jovens, com o intuito de propiciar informações sobre as possíveis barreiras de proteção, como o uso dos preservativos, e conscientização sobre os riscos. Além disso, frente a esse cenário, programas de educação sexual abrangentes e inclusivos precisam enfatizar habilidades de negociação do uso do preservativo, manejo de situações de risco e conhecimento sobre prevenção combinada, como PrEP e PEP, garantindo que os jovens saibam onde e como acessar esses recursos.
A prevenção exige estratégias contemporâneas e integradas, que combinem educação sexual baseada em evidências, com foco no uso de preservativos, prevenção combinada, consentimento e redução de riscos, promovendo o acesso ampliado a tecnologias preventivas, como PrEP, PEP, autotestes para HIV e preservativos distribuídos em serviços de saúde e plataformas digitais. Ações como campanhas em redes sociais e aplicativos utilizados por jovens podem ampliar o alcance das informações e reduzir barreiras de acesso16.
Além disso, fatores culturais e econômicos exercem papel importante. No Brasil, a aceitação social do consumo de bebidas alcoólicas, associada a lazer e celebrações, contribui para reduzir a percepção de risco e perpetuar padrões abusivos de consumo. Paralelamente, desigualdades socioeconômicas (baixa renda, dificuldade de acesso a serviços de saúde e educação), aumentam a exposição a práticas sexuais desprotegidas e reduzem o acesso a métodos preventivos6,9,11. Portanto, políticas devem incorporar abordagens culturalmente sensíveis e destinar recursos para regiões e populações mais vulneráveis, favorecendo equidade no acesso às ações preventivas pode ser um caminho importante para reduzir o contexto de ricos do uso de álcool na população jovem.
Apesar do uso do escore de propensão como estratégia para controle de confundimento, reconhece-se que o modelo está sujeito à presença de viés residual, especialmente decorrente de variáveis não observadas ou não mensuradas na base da PNS. Fatores como o uso de outras substâncias psicoativas, experiências de coerção ou violência sexual, o contexto no qual a relação sexual ocorreu (como ambientes de consumo coletivo de álcool ou festas), bem como aspectos relacionados à dinâmica relacional e à negociação do uso de preservativos29,32, não foram capturados pelas variáveis disponíveis, o que pode limitar a capacidade explicativa do modelo.
Embora o escore de propensão seja útil para balancear grupos em relação a variáveis observadas, sua aplicação em estudos transversais tem limitações, pois não permite estabelecer a temporalidade entre exposição e desfecho33. Assim, os resultados devem ser interpretados com cautela, considerando o possível confundimento residual e a restrição do delineamento transversal para inferências causais.

CONCLUSÃO
A presente pesquisa identificou uma prevalência significativa do consumo abusivo de álcool na população adulta jovem, com maior risco entre homens, negros, com menor média de moradores no domicílio, não participantes de atividades religiosas, moradores da capital ou região metropolitana, de escolaridade média e superior incompleta, dos mais baixos quintis de renda, sem cônjuge, das regiões norte e nordeste e da zona urbana. Além disso, verificou-se que o consumo abusivo de álcool influencia na atividade sexual desprotegida. Tendo em vista a complexidade do comportamento sexual entre adultos jovens e a influência de múltiplos fatores, torna-se importante a realização de inquéritos epidemiológicos nacionais mais específicos para avaliar de forma mais aprofundada a relação entre o consumo abusivo de álcool e o comportamento sexual nesse público-alvo.
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Rodrigues, I.P, Ribeiro, SB, Oliveira, BLCA, Maia, ICVL, Barbosa, LP, Aquino, PS, Silva, VM, Pinheiro, PNC. Consumo abusivo de álcool e atividade sexual desprotegida entre jovens brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/nov). [Citado em 05/12/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/consumo-abusivo-de-alcool-e-atividade-sexual-desprotegida-entre-jovens-brasileiros-pesquisa-nacional-de-saude-2019/19853

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